Crônica IX – Rodolfo e o inevitável

Capítulo 1 – Não se sabe

O dia estava calmo e Rodolfo apenas olhava o calendário com medo do amanhã. Ele estava em seu quarto quando ouviu a porta abrir e o sorriso do seu pai apareceu para alegrar.

Rodolfo tem doze anos e seu pai irá completar trinta e sete amanhã. Isso é puro medo para Rodolfo. Ele havia aprendido com seus pais que as pessoas não conseguem viver mais do que 37.

Ninguém sabe como começou, mas a população mundial sabia que após 37 é o fim da vida. Cientistas tentaram descobrir as causas, entretanto nunca obtiveram respostas. A população mundial havia diminuído por anos. Rodolfo teve a experiência de tentar ajudar a mãe quando completou 37 anos, mas havia falhado. Sua mãe havia caído da escada tendo hemorragia cerebral.

O pai tentava tranquilizar o filho que tentava arrumar estratégias de ajudar o pai. O celular do pai havia tocado e alguns parentes distantes já deixava recados de adeus. Rodolfo achou aquilo ridículo. Em algumas horas sua pai poderá ir e isso estava fora dos planos de Rodolfo.

– Eu preciso salvar o senhor.

– Não preocupes. Vai ficar tudo bem. Estou pronto.

O filho abraça o pai que mostra a tristeza de não querer deixar seu filho.

– Eu sinto muito. Eu quero viver.

O filho havia planejado de vigiar o seu pai. Primeiramente pediu para o pai que ficasse em casa e não subisse a escada. O pai decidiu lutar pra ficar com filho. Decidiram não comemorar o aniversário. Apenas ficaram vendo TV. Foram filmes e noticiários. Rodolfo sabia muito bem que nunca havia mortes abaixo dos 37 anos. A pessoa que completasse 37 anos teria um encontro.

O jovem assustou quando uma bala perdida entrará pela janela e tirado a vida do seu pai que estava no sofá assistindo TV.

– Não. Pai. Por favor. Não me deixa…

O pai olhou o filho e disse poucas palavras antes de morrer:

– Perdão… meu… filho…

Assim Rodolfo abraça o pai e pedindo perdão e fechou os seus olhos.

Capítulo 2 – Aquela garota

O jovem Rodolfo não desistiu da vida e sete anos depois estava na faculdade e começou o Curso de Forense, que estuda cenas de um crime através de reconhecimento e análise. Seu tio Valter que estava cuidando dele achava que os seus estudos não poderia chegar a lugar nenhum, pois era inevitável.

– Seu primo está chegando de viagem.

– Que bom.

– Você e o Marcelo precisarão um do outro…

Rodolfo estava no quarto nos seus estudos consertados quando ouviu aquela última frase do seu tio ficou com medo. Valter havia explicado que em uma semana completará 37 anos. Por isso que o Marcelo estava voltando.

– Eu sei que há um jeito, tio.

– Todos nós esperamos uma explicação desse fenômeno estranho, Rodolfo, mas não há explicação científico. Esquece isso e vai pra faculdade. Eu vim aqui pra te dizer que está atrasado.

Ele olhou para o relógio de parede e tinha apenas 20 minutos pra chegar na faculdade. Ele abraçou o seu tio que ficaria em casa esperando o Marcelo que chegaria da viagem.

Ele saiu correndo com a moto e chegou faculdade correndo pelo corredor. A distração do Rodolfo para chegar na sala de aula foi forte que bateu de cara com uma garota de cabelos pretos e um rosto tão belo, entretanto estava tristonhos de tanto chorar.

– Desculpa moça. Estava atrasado pra entrar na sala que nem vi você.

– Tudo bem rapaz. Eu também estava distraída. Desculpe.

A garota seguiu para o corredor e desapareceu ao entrar na secretaria. O professor chamou atenção de Rodolfo que estava parado no corredor pedindo para entrar na sala de aula onde tinha um grande comunicado. Rodolfo achou estranho a camisa do professor contendo o número 36 em seu peito.

O jovem sentou-se com os amigos quando o mestre pegará uma folha de comunicado e Rodolfo perceberá que é a folha com o símbolo do governo.

– O comunicado do nosso presidente e de todas as nações. Todos devem estar com registro de idade indicado na camisa. Sem exceção. A faculdade disponibilizou as suas camisas e seus lares o governo entregaram as correntes de idade que devem ser usadas pra sempre até chegarem o inevitável.

O mestre mostrou a corrente com o número 36 que deixaram os estudantes espantados e tristes.

– Desculpe por não saberem da minha idade. É o fato inusitado. As nações do mundo acham que isso é uma ajuda para o conforto. Eu discordo. Não queria que ninguém soubesse da minha idade, mas lei é lei e sabemos que não podemos fugir do inevitável.

O professor foi distribuindo camisas e correntes. Alguém bateu na porta e professor podia para entrar.

Rodolfo apenas continuava em seu lugar com o notebook ligado com suas pesquisas. Precisaria saber quando isso começou acontecer quando percebeu que alguém sentará ao seu lado. Aquela linda garota que aos estava menos tristonha e ao olhar para Rodolfo deu um mero sorriso escondido.

– Desculpe. Quer que eu saia?

– Sim… Não… Quer dizer… Pode ficar!

A garota achou a atitude de Rodolfo engraçado.

– Sou Daniele.

– Meu nome é Rodolfo…

Todos ficaram espantado ao ver o professor cair com a mão no peito. Foram em busca de ajuda e o um médico-professor que estava em outra sala de aula apareceu e confirmou a morte do professor. O funcionário da faculdade havia confirmado que o professor estava fazendo hoje 37 anos e não havia avisado a ninguém. Foi o inevitável.

Capítulo 3 – O primeiro 37

A aula continuava do mesmo jeito. O luto é para os familiares. As aulas continuaram normalmente e Rodolfo continuou a conhecer a jovem Daniele que havia explicado que havia perdido a mãe há dois dias atrás. Rodolfo abraçou sua nova amiga e foi explicando o assunto que estava fazendo no seu notebook.

– Isso é muito interessante, mas não há sentidos ou ligações. Ninguém pode escapar do inevitável. O mundo todo esta desse jeito sem explicações. Completou 37 anos é o encontro com a morte.

– Temos que ir mais afundo. Descobrir quem foi o primeiro a falecer aos 37…

– Nós- disse a Daniele que deixou Rodolfo encabulado- estamos juntos nessa pesquisa?

– Estamos. Vamos a procura de Julius Dante. Ele foi a primeira pessoa a morrer com 37 anos e a partir deste momento o mundo começou a ter este problema. Por coincidência esta pessoa está enterrada aqui há mais de 90 anos.

Daniele achou complicado, mas Rodolfo havia explicado que pra ter a resolução de um problema é preciso ir no início da história. Eles foram ao cemitério e encontraram facilmente o túmulo de Julius Dante e na sua lápide está uma frase: “O primeiro da humanidade”.

– É meio estranho ver um túmulo de 90 anos- disse a Daniele olhando o túmulo de azulejos azuis- esse Julius Dante morreu de que?

– Estou fazendo uma pesquisa sobre isso – disse Rodolfo mexendo no seu smartphone- conforme a história. Julius suicidou com uma corda no pescoço.

Rodolfo perceberá o susto de Daniele e disse que iria parar com esta investigação, pois estava afetando. Daniele pegou a sua mão dizendo que deveria descobrir a verdade sobre viver aos 37. Rodolfo sentiu sua mão queimar ao toque de Daniele que ficou avermelhada ao olhar os seus olhos quando foram interrompidos.

– Um casal de pombinhos na frente do meu antepassado. Muito bonito.

Um homem de aparência envelhecida com o tempo, mas não podia ter mais de 37 anos pensou Rodolfo. O estranho ignorou o casal levando flores ao túmulo de Julius Dante e saiu da presença do casal, mas Rodolfo colocará a mão em seu ombro pedindo resposta.

– Quem é o senhor? Porque começou com seu antepassado? Você tem mais de 37 anos? Por favor…

Daniele estava quieta, mas Rodolfo estava agitado por querer respostas. O estranho apenas olhou com sorriso e continuou seu caminho sem responder as perguntas do rapaz.

– É melhor deixá-lo em paz, Rodolfo.

– Não existe paz neste mundo garota. O que seu namorado pode saber é que cavar buraco pode descobrir coisas e depois desistir. O único conselho que posso dar é que desista.

– Eu não vou desistir. Vou tentar descobrir, nem que passa anos.

– Aproveite os anos. Você chegará como todos aos 37 e em seguida morrerá.

O vento soou no cemitério e o casal não via o desconhecido que desapareceu misteriosamente.

Capitulo 4 – O inevitável

dias depois…

O celular tocou e Daniele atendeu. Rodolfo ficará do lado dela e ouvirá a voz de que sua tia acabará de falecer com infarto. Daniele desligou o celular e sabia que a tia poderia falecer quando chegasse o dia de completar os 37. Para o casal a descoberta sobre o Julius Dante não havia levado a nenhuma pista, entretanto o casal foram conhecendo um ao outro.

Eles não desistiram. Rodolfo decidiu voltar ao cemitério pra encontrar o estranho no túmulo de Julius Dante e por acaso encontrara o estranho colocando flores no túmulo.

– Oi. Desculpe ter agindo mal no outro dia.

– Eu imagino que sua namorada deve estar velando uma pessoa por não estar aqui.

– Como você sabe?

– Sorte ou acaso. Tanto faz. Você deve seguir em frente. Tem uma garota que está gostando de você com a mesma idade, entretanto ela é sete dias mais velha que você. Aproveite todo momento que pode, pois o inevitável vai chegar pra todos.

– Quem é o senhor afinal?

– Sou Julius Dante VI. Minha família sempre colocará o mesmo nome para os seus descendentes.

– Você é descendente de Julius então explica porque ele suicidou?

Julius pegará garganta do rapaz e pediu para seguir em frente e não voltasse naquele lugar até chegar ao momento certo.

– Solte-me.

– No momento exato. Eu irei dizer pra você a verdade de tudo. AGORA SAIA DAQUI.

O jovem saiu ouvindo os gritos de Julius quando viu um funeral entrar no cemitério. Encontrará sua namorada que ficou assustada ao vê-lo no lugar. Ele a abraçou e simplesmente que seguiriam em frente.

Rodolfo desistiu de pesquisar sobre Julius Dante e o mistério de 37 anos. Seu foco é ter uma família ao lado de Daniele, mas lembrará sempre das palavras de Julius que a jovem é sete dias mais velha. Ela iria partir antes dele, entretanto decidiu esquecer este assunto.

O casal foram felizes conforme o tempo passando. Amores e discussões foram manifestações que havia cumplicidade do casal. Rodolfo sentia feliz e amado por Daniele. Ele é professor de Física e Daniele é agente da polícia.

Rodolfo voltava pra casa quando encontrara sua esposa com vários relatórios dizendo que descobriu a verdade sobre o inevitável. Rodolfo havia esquecido sobre este assunto e ela pediu para seguir no carro. Daniele foi para o carro enquanto Rodolfo corria para o quarto pegando a chave do carro e ouviu a batida do lado de fora.

O jovem correu pra fora da casa e viu sua amada caída ao lado do carro que havia perdido freio. Ela respirava pouco e o suficiente dizer poucas palavras antes de ir.

– Ele não morreu… Aqui é mentira…

Capítulo 5 – Liberte-se

É o sexto dia depois da morte de Daniele e Rodolfo estava sofrendo com sua falta. A saudade é muito forte. Ele estava na sala olhando para o porta retrato onde via foto do casal saindo felizes da igreja. Ele olhou para o relógio marcando 15h43. Ele sabia que o inevitável viria conforme a hora do nascimento.

Faltava duas horas para o inevitável. Não sabia como seria. Queria estar com a sua esposa que amava quando os seus pensamentos foram interrompidos por batidas na porta e para sua surpresa o desconhecido do cemitério, Julius Dante VI, estava na frente da sua casa com uma corda nas mãos.

– O que faz aqui? Pretendes me matar?

– Eu não vim matar ninguém. Por acaso não percebeste que estou com a mesma aparência de anos atrás?

Rodolfo ficará com medo ao lembrar. Aquele homem estava do mesmo jeito sem mudança com muitos anos.

– Você é fantasma ou…

– Eu sou Julius Dante e estou com esta corda que me pertence. Agora pergunto pra você. Acha importante existir uma vida?

– Eu não sei. Eu acho que sim. Tenho certeza que sim.

– Você sabia que muitos pensam assim?

– Eu não entendi!

– Só responda a minha pergunta.

– Eu não sei dizer. Tem muitos que pensam e outros pensam em morrer.

– Me ajuda com esta corda.

O jovem sentiu obrigado ajudar Julius colocar a corda perdurada no alto do lustre. Julius colocará a corda no seu pescoço e Rodolfo apenas ficará assustado ao ver a cena.

– Puxe a corda. Eu vou te ajudar a sair.

– Você é louco?

– Estou aqui pra te ajudar. Este mundo mata qualquer um que completa 37 anos e não queira isso, mas preciso fazer isso.

Rodolfo sentia medo, mas ao puxar a corda via Julius se enforcar e agonizar.

– Eu não posso fazer isso…

– Então liberte-se deste mundo.

– Eu não entendi… O que está acontecendo?

Rodolfo ficou assustado e ver que a corda estava em seu pescoço e Julius continuava a puxar para agonia.

– Você morrerá… liberte-se… LIBERTE-SE.

– Como eu vim parar aqui. Solte-me!

– Liberte-se… Volta pra casa… Saia daqui…

Julius puxou a corda e Rodolfo continuava em agonia quando olhou em volta o mundo girar. As paredes trincava em vários pedaços e luzes roxas saíram da frestas e os pedaços caíram mostrando ao redor um mundo sem chão.

– Liberte-se… Você está conseguindo…

A corda que estava em seu pescoço desaparecerá e Rodolfo cairá no chão vendo Julius puxando a corda pra si mesmo e um clarão brilhou todo o lugar ofuscando todo lugar.

Ele abriu os olhos e viu a sua amada Daniele ao lado do seu leito. Ele compreendeu que estava no hospital e havia acordado do côma. Em pleno aniversário de 37 anos. Ele lembrará que estava indo pela estrada para ajudar um amigo.

– Eu pensei…

– Não fale amor… Os médicos conseguiram… Descanse.

Rodolfo sorriu para amada, mesmo na fraqueza pediu o celular e deixou um recado.

“Julius

Não faça nada. Você não está sozinho.

Somos amigos. Esperança é pra todos. “

Rodolfo entregou o celular a sua mulher e percebeu que amigo vusualizou e viu apenas uma palavra.

“Obrigado”

FIM

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