Crônica IX – Rodolfo e o inevitável

Capítulo 1 – Não se sabe

O dia estava calmo e Rodolfo apenas olhava o calendário com medo do amanhã. Ele estava em seu quarto quando ouviu a porta abrir e o sorriso do seu pai apareceu para alegrar.

Rodolfo tem doze anos e seu pai irá completar trinta e sete amanhã. Isso é puro medo para Rodolfo. Ele havia aprendido com seus pais que as pessoas não conseguem viver mais do que 37.

Ninguém sabe como começou, mas a população mundial sabia que após 37 é o fim da vida. Cientistas tentaram descobrir as causas, entretanto nunca obtiveram respostas. A população mundial havia diminuído por anos. Rodolfo teve a experiência de tentar ajudar a mãe quando completou 37 anos, mas havia falhado. Sua mãe havia caído da escada tendo hemorragia cerebral.

O pai tentava tranquilizar o filho que tentava arrumar estratégias de ajudar o pai. O celular do pai havia tocado e alguns parentes distantes já deixava recados de adeus. Rodolfo achou aquilo ridículo. Em algumas horas sua pai poderá ir e isso estava fora dos planos de Rodolfo.

– Eu preciso salvar o senhor.

– Não preocupes. Vai ficar tudo bem. Estou pronto.

O filho abraça o pai que mostra a tristeza de não querer deixar seu filho.

– Eu sinto muito. Eu quero viver.

O filho havia planejado de vigiar o seu pai. Primeiramente pediu para o pai que ficasse em casa e não subisse a escada. O pai decidiu lutar pra ficar com filho. Decidiram não comemorar o aniversário. Apenas ficaram vendo TV. Foram filmes e noticiários. Rodolfo sabia muito bem que nunca havia mortes abaixo dos 37 anos. A pessoa que completasse 37 anos teria um encontro.

O jovem assustou quando uma bala perdida entrará pela janela e tirado a vida do seu pai que estava no sofá assistindo TV.

– Não. Pai. Por favor. Não me deixa…

O pai olhou o filho e disse poucas palavras antes de morrer:

– Perdão… meu… filho…

Assim Rodolfo abraça o pai e pedindo perdão e fechou os seus olhos.

Capítulo 2 – Aquela garota

O jovem Rodolfo não desistiu da vida e sete anos depois estava na faculdade e começou o Curso de Forense, que estuda cenas de um crime através de reconhecimento e análise. Seu tio Valter que estava cuidando dele achava que os seus estudos não poderia chegar a lugar nenhum, pois era inevitável.

– Seu primo está chegando de viagem.

– Que bom.

– Você e o Marcelo precisarão um do outro…

Rodolfo estava no quarto nos seus estudos consertados quando ouviu aquela última frase do seu tio ficou com medo. Valter havia explicado que em uma semana completará 37 anos. Por isso que o Marcelo estava voltando.

– Eu sei que há um jeito, tio.

– Todos nós esperamos uma explicação desse fenômeno estranho, Rodolfo, mas não há explicação científico. Esquece isso e vai pra faculdade. Eu vim aqui pra te dizer que está atrasado.

Ele olhou para o relógio de parede e tinha apenas 20 minutos pra chegar na faculdade. Ele abraçou o seu tio que ficaria em casa esperando o Marcelo que chegaria da viagem.

Ele saiu correndo com a moto e chegou faculdade correndo pelo corredor. A distração do Rodolfo para chegar na sala de aula foi forte que bateu de cara com uma garota de cabelos pretos e um rosto tão belo, entretanto estava tristonhos de tanto chorar.

– Desculpa moça. Estava atrasado pra entrar na sala que nem vi você.

– Tudo bem rapaz. Eu também estava distraída. Desculpe.

A garota seguiu para o corredor e desapareceu ao entrar na secretaria. O professor chamou atenção de Rodolfo que estava parado no corredor pedindo para entrar na sala de aula onde tinha um grande comunicado. Rodolfo achou estranho a camisa do professor contendo o número 36 em seu peito.

O jovem sentou-se com os amigos quando o mestre pegará uma folha de comunicado e Rodolfo perceberá que é a folha com o símbolo do governo.

– O comunicado do nosso presidente e de todas as nações. Todos devem estar com registro de idade indicado na camisa. Sem exceção. A faculdade disponibilizou as suas camisas e seus lares o governo entregaram as correntes de idade que devem ser usadas pra sempre até chegarem o inevitável.

O mestre mostrou a corrente com o número 36 que deixaram os estudantes espantados e tristes.

– Desculpe por não saberem da minha idade. É o fato inusitado. As nações do mundo acham que isso é uma ajuda para o conforto. Eu discordo. Não queria que ninguém soubesse da minha idade, mas lei é lei e sabemos que não podemos fugir do inevitável.

O professor foi distribuindo camisas e correntes. Alguém bateu na porta e professor podia para entrar.

Rodolfo apenas continuava em seu lugar com o notebook ligado com suas pesquisas. Precisaria saber quando isso começou acontecer quando percebeu que alguém sentará ao seu lado. Aquela linda garota que aos estava menos tristonha e ao olhar para Rodolfo deu um mero sorriso escondido.

– Desculpe. Quer que eu saia?

– Sim… Não… Quer dizer… Pode ficar!

A garota achou a atitude de Rodolfo engraçado.

– Sou Daniele.

– Meu nome é Rodolfo…

Todos ficaram espantado ao ver o professor cair com a mão no peito. Foram em busca de ajuda e o um médico-professor que estava em outra sala de aula apareceu e confirmou a morte do professor. O funcionário da faculdade havia confirmado que o professor estava fazendo hoje 37 anos e não havia avisado a ninguém. Foi o inevitável.

Capítulo 3 – O primeiro 37

A aula continuava do mesmo jeito. O luto é para os familiares. As aulas continuaram normalmente e Rodolfo continuou a conhecer a jovem Daniele que havia explicado que havia perdido a mãe há dois dias atrás. Rodolfo abraçou sua nova amiga e foi explicando o assunto que estava fazendo no seu notebook.

– Isso é muito interessante, mas não há sentidos ou ligações. Ninguém pode escapar do inevitável. O mundo todo esta desse jeito sem explicações. Completou 37 anos é o encontro com a morte.

– Temos que ir mais afundo. Descobrir quem foi o primeiro a falecer aos 37…

– Nós- disse a Daniele que deixou Rodolfo encabulado- estamos juntos nessa pesquisa?

– Estamos. Vamos a procura de Julius Dante. Ele foi a primeira pessoa a morrer com 37 anos e a partir deste momento o mundo começou a ter este problema. Por coincidência esta pessoa está enterrada aqui há mais de 90 anos.

Daniele achou complicado, mas Rodolfo havia explicado que pra ter a resolução de um problema é preciso ir no início da história. Eles foram ao cemitério e encontraram facilmente o túmulo de Julius Dante e na sua lápide está uma frase: “O primeiro da humanidade”.

– É meio estranho ver um túmulo de 90 anos- disse a Daniele olhando o túmulo de azulejos azuis- esse Julius Dante morreu de que?

– Estou fazendo uma pesquisa sobre isso – disse Rodolfo mexendo no seu smartphone- conforme a história. Julius suicidou com uma corda no pescoço.

Rodolfo perceberá o susto de Daniele e disse que iria parar com esta investigação, pois estava afetando. Daniele pegou a sua mão dizendo que deveria descobrir a verdade sobre viver aos 37. Rodolfo sentiu sua mão queimar ao toque de Daniele que ficou avermelhada ao olhar os seus olhos quando foram interrompidos.

– Um casal de pombinhos na frente do meu antepassado. Muito bonito.

Um homem de aparência envelhecida com o tempo, mas não podia ter mais de 37 anos pensou Rodolfo. O estranho ignorou o casal levando flores ao túmulo de Julius Dante e saiu da presença do casal, mas Rodolfo colocará a mão em seu ombro pedindo resposta.

– Quem é o senhor? Porque começou com seu antepassado? Você tem mais de 37 anos? Por favor…

Daniele estava quieta, mas Rodolfo estava agitado por querer respostas. O estranho apenas olhou com sorriso e continuou seu caminho sem responder as perguntas do rapaz.

– É melhor deixá-lo em paz, Rodolfo.

– Não existe paz neste mundo garota. O que seu namorado pode saber é que cavar buraco pode descobrir coisas e depois desistir. O único conselho que posso dar é que desista.

– Eu não vou desistir. Vou tentar descobrir, nem que passa anos.

– Aproveite os anos. Você chegará como todos aos 37 e em seguida morrerá.

O vento soou no cemitério e o casal não via o desconhecido que desapareceu misteriosamente.

Capitulo 4 – O inevitável

dias depois…

O celular tocou e Daniele atendeu. Rodolfo ficará do lado dela e ouvirá a voz de que sua tia acabará de falecer com infarto. Daniele desligou o celular e sabia que a tia poderia falecer quando chegasse o dia de completar os 37. Para o casal a descoberta sobre o Julius Dante não havia levado a nenhuma pista, entretanto o casal foram conhecendo um ao outro.

Eles não desistiram. Rodolfo decidiu voltar ao cemitério pra encontrar o estranho no túmulo de Julius Dante e por acaso encontrara o estranho colocando flores no túmulo.

– Oi. Desculpe ter agindo mal no outro dia.

– Eu imagino que sua namorada deve estar velando uma pessoa por não estar aqui.

– Como você sabe?

– Sorte ou acaso. Tanto faz. Você deve seguir em frente. Tem uma garota que está gostando de você com a mesma idade, entretanto ela é sete dias mais velha que você. Aproveite todo momento que pode, pois o inevitável vai chegar pra todos.

– Quem é o senhor afinal?

– Sou Julius Dante VI. Minha família sempre colocará o mesmo nome para os seus descendentes.

– Você é descendente de Julius então explica porque ele suicidou?

Julius pegará garganta do rapaz e pediu para seguir em frente e não voltasse naquele lugar até chegar ao momento certo.

– Solte-me.

– No momento exato. Eu irei dizer pra você a verdade de tudo. AGORA SAIA DAQUI.

O jovem saiu ouvindo os gritos de Julius quando viu um funeral entrar no cemitério. Encontrará sua namorada que ficou assustada ao vê-lo no lugar. Ele a abraçou e simplesmente que seguiriam em frente.

Rodolfo desistiu de pesquisar sobre Julius Dante e o mistério de 37 anos. Seu foco é ter uma família ao lado de Daniele, mas lembrará sempre das palavras de Julius que a jovem é sete dias mais velha. Ela iria partir antes dele, entretanto decidiu esquecer este assunto.

O casal foram felizes conforme o tempo passando. Amores e discussões foram manifestações que havia cumplicidade do casal. Rodolfo sentia feliz e amado por Daniele. Ele é professor de Física e Daniele é agente da polícia.

Rodolfo voltava pra casa quando encontrara sua esposa com vários relatórios dizendo que descobriu a verdade sobre o inevitável. Rodolfo havia esquecido sobre este assunto e ela pediu para seguir no carro. Daniele foi para o carro enquanto Rodolfo corria para o quarto pegando a chave do carro e ouviu a batida do lado de fora.

O jovem correu pra fora da casa e viu sua amada caída ao lado do carro que havia perdido freio. Ela respirava pouco e o suficiente dizer poucas palavras antes de ir.

– Ele não morreu… Aqui é mentira…

Capítulo 5 – Liberte-se

É o sexto dia depois da morte de Daniele e Rodolfo estava sofrendo com sua falta. A saudade é muito forte. Ele estava na sala olhando para o porta retrato onde via foto do casal saindo felizes da igreja. Ele olhou para o relógio marcando 15h43. Ele sabia que o inevitável viria conforme a hora do nascimento.

Faltava duas horas para o inevitável. Não sabia como seria. Queria estar com a sua esposa que amava quando os seus pensamentos foram interrompidos por batidas na porta e para sua surpresa o desconhecido do cemitério, Julius Dante VI, estava na frente da sua casa com uma corda nas mãos.

– O que faz aqui? Pretendes me matar?

– Eu não vim matar ninguém. Por acaso não percebeste que estou com a mesma aparência de anos atrás?

Rodolfo ficará com medo ao lembrar. Aquele homem estava do mesmo jeito sem mudança com muitos anos.

– Você é fantasma ou…

– Eu sou Julius Dante e estou com esta corda que me pertence. Agora pergunto pra você. Acha importante existir uma vida?

– Eu não sei. Eu acho que sim. Tenho certeza que sim.

– Você sabia que muitos pensam assim?

– Eu não entendi!

– Só responda a minha pergunta.

– Eu não sei dizer. Tem muitos que pensam e outros pensam em morrer.

– Me ajuda com esta corda.

O jovem sentiu obrigado ajudar Julius colocar a corda perdurada no alto do lustre. Julius colocará a corda no seu pescoço e Rodolfo apenas ficará assustado ao ver a cena.

– Puxe a corda. Eu vou te ajudar a sair.

– Você é louco?

– Estou aqui pra te ajudar. Este mundo mata qualquer um que completa 37 anos e não queira isso, mas preciso fazer isso.

Rodolfo sentia medo, mas ao puxar a corda via Julius se enforcar e agonizar.

– Eu não posso fazer isso…

– Então liberte-se deste mundo.

– Eu não entendi… O que está acontecendo?

Rodolfo ficou assustado e ver que a corda estava em seu pescoço e Julius continuava a puxar para agonia.

– Você morrerá… liberte-se… LIBERTE-SE.

– Como eu vim parar aqui. Solte-me!

– Liberte-se… Volta pra casa… Saia daqui…

Julius puxou a corda e Rodolfo continuava em agonia quando olhou em volta o mundo girar. As paredes trincava em vários pedaços e luzes roxas saíram da frestas e os pedaços caíram mostrando ao redor um mundo sem chão.

– Liberte-se… Você está conseguindo…

A corda que estava em seu pescoço desaparecerá e Rodolfo cairá no chão vendo Julius puxando a corda pra si mesmo e um clarão brilhou todo o lugar ofuscando todo lugar.

Ele abriu os olhos e viu a sua amada Daniele ao lado do seu leito. Ele compreendeu que estava no hospital e havia acordado do côma. Em pleno aniversário de 37 anos. Ele lembrará que estava indo pela estrada para ajudar um amigo.

– Eu pensei…

– Não fale amor… Os médicos conseguiram… Descanse.

Rodolfo sorriu para amada, mesmo na fraqueza pediu o celular e deixou um recado.

“Julius

Não faça nada. Você não está sozinho.

Somos amigos. Esperança é pra todos. “

Rodolfo entregou o celular a sua mulher e percebeu que amigo vusualizou e viu apenas uma palavra.

“Obrigado”

FIM

Crônica VIII – O desaparecimento do Washington

A mulher preparava as suas coisas para ir embora enquanto o marido estava sentado na borda da cama vendo-a preparar as malas. A Sra. Ester estava determinada a ir embora daquela casa depois de vinte e cinco anos de casamento com o Sr. Marcos. O Sr. Marcos havia levantado da cama e começou olhar para a janela vendo o filho brincar no balanço sendo inocente por não saber da história.

‒ Explicara o seu filho porque desta indo embora desta casa?

‒ Você deveria explicar. Eu não saberia explicar o motivo…

‒ De eu encontrar você com outro homem? Não, Ester! Quem deve satisfações para o meu filho de que mãe estar indo embora é você.

‒ Eu não seria capaz…

O Sr. Marcos interrompeu novamente.

‒ É claro que não seria Ester. Eu fui fiel e cuidei do nosso filho acreditando que teria um mundo melhor. Eu acreditava no seu amor, entretanto você quis apenas… Eu sempre te amei…

A mulher não olhava para o homem que ficou em silencio olhando para a janela sem terminar a frase.

‒ Eu sinto muito, Marcos. Não queria magoa-lo, mas será melhor assim.

A porta do quarto abriu e o pequeno Washington entrara no quarto entregando uma pequena caixa preta para o pai.

‒ Aqui esta meu pai o prometido. Entregar o pacote antes da mamãe viajar pra sempre. Agora eu tenho que fazer o que o senhor mandou?

‒ Sim meu filho. Tenha cuidado.

O menino saiu sem falar com a mãe que pareceu ficar entristecida. O pai segurava a caixa preta e resolvera olhar para a janela onde o pequeno Washington caminhava para a balança.

‒ O Washington não quis falar comigo.

‒ As crianças sentem quando não estamos bem.

A mulher continuava arrumar a sua mala tirando as roupas do closet quando ouviu um barulho perto da janela. Ester olhou para a caixa havia caído das mãos de Marcos que segurava um revólver apontado para a cabeça.

‒ Eu não estou bem, Ester. Não posso viver e seu filho está perdido. Encontre-o.

Um tiro fez o sangue respingar na janela e Ester olhara o seu ex-marido caído sem vida na janela. Ela correu para o marido sem vida e viu na janela uma neblina que cobria todo o jardim onde seu filho brincava. Ester correu para o corredor e desceu as escadas as pressas para encontrar o seu filho que havia desaparecido. Ela correu no meio da neblina gritando o nome do seu filho que havia desaparecido, entretanto ouvia vozes estranhas.

‒ Você o abandonou… você o abandonou…

‒ É MENTIRA. FILHO. EU ESTOU AQUI. VOLTE PARA MIM.

‒ Abandonado… escuridão… sozinho…

Ester tentou voltar para casa, mas havia perdido naquela neblina.

‒ SOCORRO MÃE. ONDE ESTA O NOSSO PAI?

‒ Perdão filho. Eu não queria acontecesse isso…

‒ A SENHORA O MATOU…

Ester escondia as lagrimas com as palmas de sua mão tentando não lembrar, mas vozes do seu filho ia dizendo que ela era culpada deixando fraca quando viu um moça de branco que olhava para a neblina e ao tentar aproximar via ela mesma no espelho.

‒ É um espelho e um pesadelo?

‒ Você procura tanto seu filho que ele está ali naquela pedra sentado…

Ester olhou um homem sentado na pedra de costa e ao olhar novamente ao espelho. Ele tinha desaparecido e Ester caminhou até o homem que demonstrava ser jovem, mas acabado por causa de algumas coisas que ele segurava nas mãos.

‒ Você é o Washington?

‒ Sim tia. O que você quer?

‒ Como você chegou…

A mulher olhou em volta e a neblina havia desaparecido. Ester olhara em volta e via uma ponte onde muitos usuários de drogas ficavam ali para fumar o seu baseado.

‒ Sou sua mãe. Eu não queria isso para a sua vida…

‒ A vadia retorna para ver o filho depois de tanto tempo…

‒ Como pode chamar a sua mãe…

‒ A SENHORA MATOU O MEU PAI E DESAPARECEU. EU ENCONTREI UM CAMINHO SEM VOLTA.

Ester começou a chorar, mas Washington ignorou com frieza. Ela tentou abraçar o filho que a empurrou batendo a cabeça na pedra. Ele caminhou e caminhou perto de um rapaz que ofereceu um revólver para o jovem.

‒ Está na hora de juntar com meu pai…

Apenas um tiro na cabeça e assim Washington havia acordado no hospital depois de ficar na sala de espera.

‒ O senhor está bem? Perguntou a enfermeira.

‒ Foi apenas um pesadelo.

‒ A sua esposa está esperando no quarto com seu filho que acaba de nascer.

Washington caminhou com a enfermeira para o quarto e viu o seu filho. Havia contado o pesadelo e a mulher calmou mostrando o filho. Ele pegou o filho e foi dizendo ao pequeno estava dormindo.

‒ O meu futuro será melhor ao seu lado e com sua mãe. Seremos os melhores pais.

A mulher concordou e sorriu para o marido.

Autor : Júlio Alves

Crônica VII – A casa de Marcelo

Os portões estavam enferrujados e por muitos anos ninguém entrava naquele lugar. O vento soprava assovios por entres frestas da porta daquela casa. Um dia o cadeado foi aberto e os elos de correntes caíram no chão e um homem entrara sozinho passando pelo jardim onde as folhas estavam secas por causa do tempo e homem caminhava calmamente até chegar na entrada da casa. Ele pegou as chaves do seu abriu a casa. A luz entrara naquela casa onde as mobílias estavam cobertas por lençóis cheios de poeiras. Uma moça entrara no terreno e aproximou do homem que estava paralisado olhando que estava ao redor.

‒ Quanto tempo Marcelo. Eu pensei que nunca viria nesta casa depois de vinte anos.

‒ Vossa Senhoria quem és?

‒ Desculpe. Sou Liliane e parece que esqueceste de mim?

‒ Eu fui pra Portugal e tentei esquecer aquele dia. Não pretendo relembrar o passado. A senhorita pode acompanhar-me nesse passeio da minha velha casa.

Liliane achou estranho, mas decidiu acompanhar.

‒ Eu fui muito feliz nesta casa. Lembro que mamãe sempre fazia uma fornalha de pães para vender nas ruas. Papai trabalhava para sustentar a casa na antiga garagem que esta caída aos pedaços. Eu sinto tanta saudades, mas dói de pensar o que houve com eles.

‒ Eu sinto muito, mas afinal aquele dia foi inevitável.

‒ Meus pais foram assassinados nesta casa, Liliane. Eu fui covarde por não ter chamado ajuda. Eu escondi debaixo da cama e ouvi apenas os tiros.

‒ Por que está relembrando disso?

‒ Eu não sei. A dor é muito mais forte.

‒ Foi tão forte que acho você culpado por não ter avisado ninguém, mas seu egoísmo de querer mudar desta cidade era muito grande. Eu lembro que seus pais choravam quando brigavam contigo por desprezar aquela simples vida. Você virou sozinho e está aqui de volta nesta casa pensando na culpa.

Marcelo correu para o quarto antigo onde dormia para não ouvir as verdades de Liliane que o seguiu.

‒ Eu sou culpado Liliane. Eu já sei disso.

‒ A culpa mostra o perdão, Marcelo. Você soube perdoar. Eu sinto que os erros no passado não pode ser pagados, mas podem ser consertados.

Marcelo abraçou Liliane e sentira aliviado por alguém que pudesse compreender.

O homem decidiu reformar a casa que morou quando era na infância. As paredes foram construídas e pintadas com as cores azuis. O telhado reformado e o jardim todo transformado em uma bela paisagem. Liliane visitava o local e via a felicidade de Marcelo colocando a casa uma nova vida. Passaram um tempo e Marcelo começou a namorar Liliane. O casal decidiu que quando a casa estivesse pronta iria morar com a sua mulher e viver uma nova vida.

Marcelo decidiu passear pela cidade e comprara uma rede de descanso para colocar na varanda. Sentiria feliz ao deitar na varanda e lembrar aqueles bons tempos de criança quando brincava na rede antes do seu pai chamar atenção, pois queria descansar.

A casa estava terminada e o casal entrara para ver a nova casa, mas Marcelo disse que queria estrear a rede na varanda para olhar a paisagem e Liliane concordou. A jovem foi para cozinha e decidiu fazer alguma coisa quando começou a conversar com alguém e Marcelo já sabia que alguém que estava no celular. Ele colocou a rede e deitou vendo o sol chegando ao pico do meio dia. O sono começou a pesar em seus olhos quando alguém cutucou.

‒ É a minha hora descansar.

‒ Pai…

Marcelo quase caiu da rede ao olhar o seu pai que estava mais velho, mas com um sorriso no rosto.

‒ Eu pensei que o senhor tinha morrido e…

‒ Deixa de bobagem e sonhar com besteiras. Vai pra cozinha que a sua mãe preparou uma fornalha de pães quentinha para o café da tarde.

‒ Então foi apenas um sonho. Vocês não morreram.

‒ Acho que a viagem da lua de mel para Portugal fez você ir bem longe com pesadelos. Vai tomar o café da tarde e deixa descansar que o carrinho do vizinho deu trabalho demais. Um dia irei, mas vou estar sempre em vosso coração.

O pai abraçou o filho e deitou na rede. Marcelo correu para a cozinha e viu a sua mulher conversando com a sua mãe. Ele a abraçou e Liliane achou estranho.

‒ Pelo visto teve pesadelos na rede ‒ disse a mãe que tirou a primeira fornalha de pães.

Marcelo apenas sorriu.

‒ Que bom voltar para casa de meus pais.

Autor: Julio Alves

Crônica VI – Kalil e o corredor branco

A cidade de Lumiar havia abordado um sistema onde todos moradores deveriam pronunciar na questão de vigilância. Todos sabiam que a cidade era cheios de segredos. Todos tinha que saber os lugares secretos, mas o que havia descoberto na casa de um chamado Kalil chamou atenção de muitas pessoas. A cidade toda falava daquele local que ficava na parede da casa do homem, pois havia uma porta na parede que não tinha cômodo, mas havia um assovio perto da porta.

Certo dia uma mulher desconhecida pediu ao homem para ver o que estava naquela porta. No começo de vista, Kali assentiu que poderia verificar, entretanto havia dito que as pessoas que entravam não voltavam. Kalil avisava que nunca tentava abrir aquela porta de cor preta e enferrujada com o tempo. A vizinhança olhava para corajosa mulher que entrara na porta e prometerá que iria voltar quando saber o que estava no outro lado da porta.

Passaram semanas e a mulher nunca saiu daquela porta estranha que parecia levar para outra dimensão. As pessoas começaram afastar da porta e da casa do Kalil. Seu pai pedira que não entrasse naquela porta, pois certamente não voltaria.

Kalil voltara para a sua pequena horta que ficava no quintal, enquanto a porta enferrujada estava ali na parede. O prefeito decidira colocar guardas para vigiar o local que deixou o Kalil pouco incomodado. No dia seguinte os guardas que estavam vigiando haviam desaparecidos. Kalil avisara a vizinhança que viu os guardas entrarem e tinha avisado para não fazerem o ato, mas por fim o fato ocorreu.

A cidade começara a ficar mais vigilante, inclusive com as crianças que parecia querer ver o que esta atras da porta. A população decidira que porta devia estar num lugar fechado ou ser destruída. Kalil havia interferido que a porta não devia ser destruída.

‒ As pessoas desaparecem e tudo por causa dessa porta desgraçada. Não queremos essa porta. Tem que ser destruída.

‒ Desculpe senhora. A casa é minha e ninguém devia entrar em meu terreno. Imagine entrar na porta que meu pai deixara ali.

A mulher parecia ficar nervosa com os argumentos do Kalil.

‒ Essa cidade é uma cidade fechada e sem segredos. Essa porta esconde segredo e quando tentamos descobrir. Nunca é descoberto. A porta deve ser destruída. Não deve haver segredos entre o povo desta cidade ‒ disse a mulher que começou agitar o povo que parecia concordar.

‒ ESSA PORTA DEVE SER DESTRUIDA.

‒ CHEGA. ESTA É A MINHA CASA. NINGUEM VAI PASSAR POR MIM.

Não bastasse que o povo entrou na propriedade de Kalil que tentou fugir, mas foi agarrado pela multidão que levava até a porta.

‒ Pare por favor. Deixe-me viver na minha casa sossegado. Eu não fiz nada,

‒ Você entrara ou morrera na frente desta porta. De um jeito ou do outro você e essa porta serão destruídos.

Kalil pediu para soltarem os seus braços e caminhou para a porta enferrujada. Sentia o medo em suas mão ao abrir a porta quando alguém empurrara pra dentro e assim fechando a porta. Kalil caíra num corredor branco infinito e não sabia o que significa, entretanto, ao verificar a porta ficara mais assustado.

  Não havia porta e sim um corredor branco com bastante neblina. Não havia nenhuma alma viva e Kalil ficara com medo o que poderia acontecer com ele naquele corredor. Ele começou a correr, mas parecia que não saia do mesmo lugar. Ele começou a gritar por socorro, mas ninguém apareceu para dizer o que estava acontecendo.

‒ Socorro. Alguém me ajude. Eu quero sair daqui.

Ele sentou no chão e começou a chorar por estar numa solidão naquele corredor branco quando alguém toca em seu ombro. Ele pareceu não acreditar, mas seu pai estava perto dele com um sorriso no rosto.

‒ Oi meu filho. Eu pensei que nunca quisesse entrar na porta.

‒ Pai. Você esta vivo ou morto? Por acaso eu morri e estamos pagando nossos pecados.

‒ Estamos bem vivos meu filho. O importante que você conseguiu sair daquela cidade cheia de ilusão. Todos pensam que são livro abertos, mas nenhum deles são inocentes. Eles continuam com seus segredos fechados por maldades, mas você mostrou que não existe segredos.

‒ E as pessoas que entraram e não saíram mais?

‒ Elas descobriram a verdadeira felicidade. Que o maior segredo é o segredo da felicidade. Quando uma pessoa sonha e quer realizar o sonho. É preciso guardar o segredo da felicidade, pois a inveja acaba matando e o seu maior segredo é aberto pra todos. Você sabe qual é o seu grande segredo?

‒ O meu segredo…

‒ Sim, meu filho. Qual seu maior segredo?

‒ O meu maior segredo é perdoar aquele que eu feri dizendo que não voltaria pra casa.

‒ Então filho saia deste corredor branco e peça perdão quando ouvir a campainha.

A campainha tocou. Kalil abriu os olhos e estava no seu quarto e saiu correndo para a sala e atendeu um senhor que estava escondendo seus olhos cheio de lagrimas atras dos óculos pretos.

‒ Kalil, meu filho…

‒ Perdão pai. Eu peço perdão por ter saído de casa. Eu aprendi que o maior segredo deste mundo é pedir perdão

‒ Os pais estão aqui meu filho. Sempre ensinando a perdoar e amar… Eu te amo meu filho.

Pai e filho abraçaram quando Kalil notou atrás de seu pai estava corredor branco do hotel que parecia seu sonho e notara a porta enferrujada da entrada do seu apartamento.

Autor : Julio Alves

Crônica V – Joyce e a vela azul

O povo do vilarejo de Monterrey estão assustados com acontecimentos. A cada semana aparece uma vela azul em uma das casas e no dia seguinte seus moradores estão fugindo do vilarejo. Todos ficavam com medo. Uma vela azul na frente de uma casa parecia um transtorno para todos.

Todas as portas e janelas eram fechadas todas as noites em todo vilarejo. Ninguém atrevia sair de noite por medo encontrar uma alma ou fantasma que trazia a vela azul.

Um fato aconteceu. Uma jovem chamada Joyce parecia intrigada com o mistério das velas azuis. Muitas pessoas queriam deixar o vilarejo e inclusive a sua família. Uma coragem tomou seu coração e dizia a família que iria descobrir que é o ser que trás as velas.

– Vós mercê endoideceu? Está maluca caminhar pela noite no vilarejo.

– Eu não sou maluca e vou desmascarar esse semblante misterioso.

Uma noite a jovem dormiu na sala perto da lareira. A noite estava fria e precisava ficar atenta na janela para descobrir quem é o misterioso da vela azul. Não demorou muito para ver um vulto andar pela noite. Ela caminhou com cuidado para a porta e seguir o estranho.

O céu estava estrelado e Joyce andará debaixo do seu capuz para seguir o vulto que carregava um lampião. Ela parecia bem corajosa para seguir o vulto que aproximava da casa. Para o espanto da garota o vulto parou no meio do caminho e acendeu uma vela azul e colocará numa haste de castiçal.

O vulto preto abaixou o lampião e segurou o castiçal que continha a vela azul e virou-se para a jovem que ficou espantada.

– Demorou muito pra sair do seu lar minha querida – disse o vulto.

– Quem é vós mercê?

– Uma pergunta digna que não pode ser respondida, entretanto posso dizer porque estou aqui. Afinal veio descobrir sobre a vela azul.

– Por que assusta com essas velas todo o vilarejo? A cada santo dia uma família está disposta a sair deste vilarejo por causa do medo da vela azul.

– O medo nos torna enfraquecido. Ninguém parece querer enfrentar, pois vejo a primeira vez uma jovem forte e determinada. Não tem medo do que enfrentar pela frente. Mostrei a este vilarejo que o medo os torna pequeno, mas tu desafiaste esse momento. Mostrou a coragem que procurava. Procure sempre coragem ao seus objetivos e terás vitórias.

Joyce olhou para o vulto cair no chão deixando a vela azul. Ela olhou em volta o silêncio da noite e pegará o manto do vulto e a vela. Apenas sorriu e ouviu o eco da voz do vulto a noite.

– Você venceu os objetivos se tiver coragem. O medo nos retrai e a coragem nos da vitória.

A jovem voltou pra casa sabendo conquistar o seu objetivo. Vencer o medo. Ter coragem.

Autor: Júlio Alves

Crônica IV – A premonição de Misael

A revoltada Melina descia as escadas com muita raiva quando encontrara seu pai, Misael, no inicio da escada. El tentou abrir a boca, mas Melina apenas ergueu a mão pedindo para não falar nada. Misael seguiu a filha que estava na cozinha procurando algo na geladeira. Parecia estar com muita fome preparando lanche e tomando um refrigerante.

‒ Quando esta casa vai ficar em paz, Melina?

‒ No dia que você parar de ter essas maluquices e puder ter a minha liberdade.

‒ Estou decepcionado contigo minha filha. Eu tento proteger de todas as formas, mas eu creio que ao sair naquele portão agora acontecera uma perda no meu coração.

A jovem deixou o pai sozinho na cozinha e seguiu para a porta para sair com seus amigos. Misael olhou para a jovem sair quando ouviu um tiro sair na frente da sua casa. Ele correu até a porta e viu a filha estirada no chão a uma poça de sangue. Ele entrara desespero, pois vira que iria acontecer. Sentiu culpado e começou acudir a filha para acordar.

‒ PAI. Acorde, estou falando contigo.

Misael olhou para a filha que estava na cozinha enquanto estava parado perto da mesa.

‒ Qual foi sua visão?

‒ Eu vi você caída em uma poça de sangue. Eu não queria contar…

Melina não queria olhar para o pai e tentar desafia-lo. Misael apenas ficou parado tentando imaginar como impedir que alguém ligado ao seu coração não ficasse ferido. Ele sentou no sofá quando viu a imagem de sua mulher sendo atingida pelo carro. Ele acordou naquele instante e ligou para a mulher que já sabia das suas premonições. Ela decidiu seguir os conselhos do marido para pegar o Uber para ir pra casa.

‒ Até quando irá tentar mudar o destino de todos, Misael?  

Misael assustou ver um homem de branco sentado na poltrona sentado como estivesse na sua casa.

‒ Quem é você?

‒ Eu sou aquele que devia vir neste mundo, mas não posso vir.

‒ Eu não estou entendendo!

‒ Vamos caminhar, pois tenho certeza que sua filha não sairá do quarto.

Misael caminhou pela calçada ao lado do moço estranho que parecia estar olhando surpreso ao mundo.

‒ Eu sou uma pessoa difícil de lidar. Minha família sabe esse meu dom e salvou muitas vezes e…

‒ Dom? As premonições que você tem é o sentido de mostrar que você tem medo perder qualquer pessoa que esteja do seu lado e para isso criou essas premonições onde sua família fica numa prisão infinita.

‒ Eu nunca prendi minha família. Quem é você para poder de julgar muitos? Como foi parar na minha casa?

O homem sorriu e Misael começou a reparar em seu rosto.

‒ Sua filha esta presa e continuara sempre presa. Você tem medo que sua filha não possa a voltar a te visitar. Tem medo de ficar sozinho. Está vendo aquele homem de bicicleta esperando a atravessar a rua?

Um homem estava com a sua bicicleta para atravessar para outra calçada e Misael não sabia por que está olhando para aquela cena. Ele resolveu perguntar para o estranho quando ouviu uma batida. O homem da bicicleta havia sido atingido por um carro desgovernado. Misael tentou correr para ajudar, mas o homem de branco segurou em seu ombro para não tentar ajudar.

‒ Você não havia previsto sobre aquele homem?

‒ Não. Eu devia…

‒ Não podemos intervir o que está escrito na vida. Nem eu e nem você pode interferir o que está destinado. Cabe a nós tentar a criar o destino e deixar o Criador nos guiar.

Naquele momento Misael havia ficado calado sem saber o que dizer para aquele homem de branco.

‒ Eu queria ter entrado para sua família, mas não consigo.

‒ Você está querendo namorar a minha filha?

O homem ficara angustiado ao ouvir Misael tentar ser agressivo e tentar proteger sua filha.

‒ Sua filha… Olha atentamente para mim, Misael.

Misael olhava bem o homem de branco e parecia estar confuso. Ele conhecia aquele moço de algum lugar, mas não recordara.

‒ Você apareceu na minha casa. Não deixou ajudar uma pessoa que foi vítima de um acidente. Estou do seu lado tentando lembrar que você podia ser um parente, mas parece que a ficha não caiu.

‒ Você prendeu tanto uma pessoa que não deixou amar a ti, vovô. Eu sou o teu neto que nunca irá nascer, pois o medo de deixar a sua filha crescer me fez não entrar totalmente na sua vida.

Ele olhou atento e Misael notara que aquele homem de branco que estava parado ao seu lado era um futuro neto que não haveria de nascer, pois o medo de perder as pessoas que estão do seu lado foi muito forte. Seu neto nunca iria nascer, pois a filha nunca irá conhecer ninguém de tanta proteção.

‒ Eu vim aqui para a sua ultima premonição. Esta premonição é para mata-lo.

O homem de branco ergueu a adaga e cravou no peito de Misael que sentiu uma dor muito forte onde sangue começou a cair em suas vestes.

‒ Eu precisava fazer isto, vovô.

‒ Eu mereço. Eu não deixei você nascer…

‒ Quer acordar e tentar ouvir, papai!!!

Misael olhou para a filha que estava do seu lado enquanto ele estava sentado no sofá apenas tirando um cochilo.

‒ Meu namorado chegou pai. Vamos ao cinema. Não quero saber de histórias…

Misael levantou e abraçou a filha que parecia não entender.

‒ Desculpe minha filha ser tanto protetor que acabo te sufocando.

‒ Ora pai. Eu amo sempre e tenho certeza que se um dia eu ter filhos. Pedirei sempre que deve amar o vovô.

Pai e filha abraçaram. Misael despediu da filha e olhou para o futuro genro que estava na porta esperando a jovem.

Misael voltou para a poltrona e sorriu.

‒ Eu espero você chegar meu querido neto ‒ disse Misael olhando para o homem de branco sentado na outra poltrona.

Autor: Julio Alves

Crônica III – Evandalo e o piano

O dia dois de setembro de 1945 havia comemorado por muitos, pois a segunda guerra mundial havia acabado e os soldados sobreviventes poderiam voltar para casa. O jovem Evandalo estava contente ao caminhar para casa com a espera dos pais no Brasil. Ele caminhava para o aeroporto francês quando ouviu o seu nome a cantar de um soldado que entregava as cartas. Ele indicou que estava na espera e pegara a carta que direcionava mostrando a escrita de seu pai. A saudade aumentou quando rasgou a carta para saber o conteúdo e ao olhar via apenas uma foto de um piano perto da janela onde ficava a sala de seus pais.

‒ Nossa pai. Estou com tanta saudade que nem imagino o que seria este piano.

Simplesmente Evandalo enxugou as lagrimas ao olhar o piano quando avistou uma pessoa conhecida. Seus cabelos ruivos mostrava a moça que sempre desejara casar. Foi um abraço e um beijo escondido atras do boné do soldado.

‒ O que faz aqui Ana? Não ia esperar no Brasil?

‒ Recebeu a foto de seus pais. Eles compraram um piano que você tanto desejou.

‒ Ainda não respondeu a minha pergunta. O que está fazendo aqui?

‒ Eu fui voluntaria para ser enfermeira no exército, mas eu queria te mostrar uma coisa.

A mocinha deu estalo com os dedos e Evandalo estava na sala da casa de seus pais. O enorme piano brilhava perto da janela da sala. Seu pai estava tocando uma melodia de alegria por estar sabendo da noticia que a guerra havia acabado. Evandalo aproximou do seu pai para toca-lo quando o homem virou e viu o filho.

‒ Filho. Saudade de ti meu filho.

‒ Eu tenho muitas saudades de ti, pai.

‒ Você viu o piano que comprei. Desde de criança sempre pedira um piano para tocar as canções clássicas. Tua mãe iria gostar. Experimente meu filho. Tente tocar uma sinfonia Chopin ou Mozart.

Evandalo começou a tocar e sua bela amada encostou no piano para escutar a melodia. Seu pai olhava para a janela quando avistou um homem com trajes formais de capitão. O pai pedira para o filho continuar a tocar e atendeu o homem de trajes de capitão entregando uma pequena caixinha verde e em seguida o abraçou. O pai fechou a porta e voltou para o filho que continuava a tocar.

‒ Quem era meu pai?

‒ O major veio entregar uma medalha e deu as condolências pela sua morte, meu filho.

Evandalo parou de tocar e sentiu o medo atravessar a espinha. Levantou ficando diante de seu pai.

‒ Que brincadeira é essa, meu pai?

‒ Não meu filho ‒ disse o pai abraçando o filho ‒ você nunca voltou da Europa, meu filho. A vossa mãe sabia que não poderia estar aqui. Ela está no quarto aos prantos quando soube pelo radio os soldados que morreram na guerra. Eu sinto muito por dar esta notícia. Eu sinto tanta sua falta meu filho. Vossa mãe chora no quarto e não quer sair do quarto depois de toda a noticia que aquele que morreram não poderiam ser enterrados na nossa pátria. Eu vou sentir tanta saudade, inclusive este piano que ficara aqui sozinho nesta sala onde o vitorioso filho não tocara.

Evandalo estava estarrecido que correu para o seu quarto e encontrara a sua mãe com seu retrato debulhado em lagrimas. A mãe fazia o carinho no travesseiro e tentava dobrar as roupas que seria doada. A mãe chorava de saudade que pegou a melhor camisa do filho e o abraçou.  O coração de Evandalo subiu de tristeza, pois não sabia o que estava acontecendo. Ana colocou a mão em seu ombro e pediu para seguir para sala onde estava o seu pai.

O homem encontrava sentado perto do piano com um retrato e uma caixinha verde com uma medalha de honra mérito. Evandalo olhou para a janela e viu o major parado na frente da casa escondendo o rosto da tristeza quando entregara a medalha do filho morto para o pai.

‒ Meu filho querido. Eu queria tanto que estivesse aqui. Eu havia comprado um piano de presente que sempre quiseste. Meu filho querido. Estou com tanta saudade.

O pai abraçava o porta-retrato da saudade que o filho iria deixar. O pai encostou no piano e começara a chorar de dor de saudade.

‒ Filho. Eu queria tanto que voltaste. Seu pai tem saudades. Por favor me ampare. Volte para mim, meu filho. Veja o que teu pai comprou pra ti. Um piano que você sempre sonhou.

O pai abraçava o piano olhando para o porta retrato com as lagrimas de cair em seu rosto.

‒ Pai. Eu estava conversando contigo agora. Eu não morri.

‒ Aquela conversa que teve com seu pai nunca aconteceu. Você morreu na Itália. O teu pai nem pode enterra-lo para despedir. Eu sinto muito.

‒ Por que está acontecendo isso comigo? Meu pai tinha comprado um piano onde nunca poderei tocar para uma simples canção.

‒ Eu sinto muito. Eu queria te ajudar…

‒ Ajudar… Como? Onde irei? Eu iria embarcar pra casa…

‒ Não faça a viagem e volte. ENTÃO VOLTE… VOLTE EVANDALO… VOLTE…

Evandalo olhou para a jovem que gritava e tudo escureceu. Seus olhos abriram e viu que estava numa cama. A enfermeira sorria para o Evandalo que simplesmente retribuiu. Ele olhou para os lados e viu sua Thompson pendurada do lado e Ana avisara que a guerra terminara.

‒ Eu tive um pesadelo…

‒ Imagino que teve depois de levar o tiro e medico conseguir trazer de volta. Vamos pra casa. Seu pai está esperando com um presente grande que sempre sonhou ter.

Evandalo sorriu para sua amada e apenas disse:

‒ Um grande piano, amor.

Autor: Julio Alves

Crônica II – Kaio e os cacos da vida

O relógio marcava quase sete horas da manhã e precisava chegar ao seu trabalho. Kaio não esperou a esposa descer para despedir. Ele estava muito atrasado. Aquilo para ele é muito irritante para chegar ao escritório e preparar a papelada de sempre. Ele abriu a porta e viu uma criança parada perto do seu carro. Não teve tempo para olhar para o menino que pediu para sair do caminho.

‒ Eu sempre fui feliz, mas não consegui. Estou com medo.

‒ Eu não tenho tempo de conversa menino. Preciso chegar ao meu trabalho.

‒ Você podia dar uma carona. Eu queria encontrar com a minha mãe.

Kaio simplesmente olhou para o menino e estava desconfiado por estar sozinho, mas o menino tinha idade de seis como ele imagina. Resolveu prestar a solidariedade e decidiu dar a carona para o pequeno garoto que sentou no banco traseiro. Olhava para o relógio e precisava ser rápido para chegar ao trabalho e levar o garoto para o seu destino.

‒ Onde você mora garoto?

‒ Eu moro perto da escola, mas um homem pediu pra ficar esperando aqui perto da sua casa.

‒ Sua mãe não ensinou que não pode conversar com estranhos?

‒ Eu estou conversando com o senhor.

Kaio sorriu e tinha que concordar com o garoto quando notou que o garoto estava levando uma mochila considerando que ele deveria estar indo para escola. Ele olhava para o relógio e sabia que chegaria atrasado e começou apressar no caminho e tentava conversar com o garoto.

‒ Está tudo certinho na sua bolsa.

‒ Sim. A professora pediu para levar um quadro com a foto da nossa família.

O menino mexeu na mochila e derrubou no banco da frente para mostrar para o quadro. Kaio ficou surpreso ao olhar que o quadro estava todo estilhaçado com a foto de uma família. Ele imaginou que o menino não tinha um quadro descente por ser de classe baixa quando olhou para o retrovisor e assustou quando o menino estava com sangue no rosto.

‒ O que está acontecendo?

‒ Aconteceu agora senhor. Olha na sua frente.

O carro bateu na criança que atravessava a faixa de pedestre. Kaio havia freado e olhou para a traseira do carro e não havia nenhuma criança. Saiu do carro e caminhou até o corpo onde as pessoas estavam paradas perplexas pelo acidente. O pequeno garoto que havia pegado carona estava caído em uma poça de sangue e do lado estava a mochila com um quadro estilhaçado com sangue. Ele ajoelhou e começou a chorar pedindo perdão ao garoto.

‒ Eu sinto muito garoto. O que eu fiz?

‒ Eu pedi para aquele garoto estar acompanhando você.

Kaio olhou para trás e viu um vulto preto que escondia o seu rosto. Kaio assustou rapidamente, mas logo entendeu quem era a figura.

‒ Você fez isso. Eu não queria atropelar a aquela pobre alma.

‒ Aquela alma o levei. Eu não fiz nada. Toda pessoa neste mundo vive no mundo da correria e esquece que o tempo passa e esquece que existe a vida e por fim encontra o que não deve.

‒ Você não deve leva-lo.

Kaio pegara o quadro quebrado todo manchado de sangue e chorava sem parar olhando para a Morte.

‒ A pressa nos faz deixar muita coisa Kaio. Tanto que levei o garoto, mas vim buscar você. Já olhou para o carro?

Kaio ficou assustado e caminhou até o carro. Ele viu o seu corpo ensanguentado atirado no vidro da frente. Esquecera de colocar o cinto. Havia assustado quando viu a criança atravessar a rua pra ir à escola.

‒ A minha pressa matou a mim e um inocente. Eu sou culpado.

Kaio encostou no carro e começou a chorar.

‒ Pode me levar. Eu sou culpado de tudo.

‒ Culpado de que, meu querido?

Kaio desencostou do carro que está estacionado na frente da sua garagem. Sua mulher estava ao seu lado com uma xicara de café. Não sabia o que estava acontecendo. Estava confuso.

‒ Eu estava com muita pressa…

‒ Você encostou no carro de cansaço amor ‒ disse a mulher ‒ eu disse que iria pegar um café para tomar antes de sair. Você anda muito cansado e nem percebe que o tempo está passando.

Kaio abraçou a mulher e pediu desculpas. Prometeu a mulher que iria tomar cuidado no caminho sem pressa. Ele entrou no carro com um sorriso, mas logo se assusta ao ver um quadro estilhaçado no banco do carona com um papel com uma escrita.

“Tempo é tudo. Não esquece o cinto”

Autor: Julio Alves

Crônica I – A caixa de Marcia

A mulher estava atarefada em sua mesa de escritório que não parava pra pensar. Ia apenas na cafeteria para buscar um café ou uma água, mas Marcia tinha o poder na empresa que construiu com o seu próprio suor. Trabalhou para ter uma vida financeiramente estável. Seu maior orgulho é mostrar para toda sociedade a grande empresária que entrara para a alta sociedade.

‒ Uma carta de urgência para a senhora ‒ disse a secretaria levando um envelope vermelho.

‒ Estranho? Carta neste século? Quem será?

A carta não havia remetente, mas tinha o cheiro do campo de flores. Marcia olhou para o envelope e desconfiou que poderia ser somente de uma pessoa. Sua mãe. Rasgou a beirada do envelope e sentiu o aroma do perfume da sua mãe.

“Oi minha filha.

Estou escrevendo essa carta para mostrar que nunca sai desta raiz deste campo. Você sempre correu pelo campo quando sua mãe estava estendo a roupa no varal. Eu sinto a saudade desse tempo, mas você nunca retornou. Tanto que nem percebeu que quem estava escrevendo esta carta não é a sua mãe.

O seu pai espera aqui no mesmo lugar.

Estou no mesmo balanço olhando o campo onde você corria para ser feliz.

Sinto saudade.

Ass. Seu pai”

Marcia ficara olhando para a carta com medo do que poderia ter acontecido com a sua mãe. Ela não podia ter partido. Ela saiu do escritório para sua casa. A secretaria tentou chamar por causa das pessoas que estavam esperando, mas Marcia ignorou chamando um carro para ir para casa. Não queria dirigir por estar com medo de acontecer alguma coisa quando teve a ideia de ligar para o marido.

‒ Amor?

‒ Oi Paixão. Está tudo bem? Aconteceu alguma coisa?

‒ Eu preciso ver minha mãe? Preciso urgente ver a minha mãe!

‒ Fica calma. Vai pra casa e tenta relaxar, pois você não está bem.

Marcia apenas desligou o telefone e pediu para o motorista seguisse o endereço onde ficava a casa dos seus pais. Parecia que estava sufocar a jovem quando encontrou o antigo casebre onde morava quando era criança. Seu pai estava balançando numa rede e olhou para a filha que saíra correndo para abraçar o pai que parecia não estar entendendo.

‒ Por que estás a chorar minha filha?

‒ Onde está minha mãe?

‒ O tempo passou, minha querida. O mundo deu voltas e encontraste neste pequeno casebre onde tu viveste a sua infância. Sua mãe partira a muito tempo…

‒ Me perdoe, pai. Eu não queria perder toda a minha infância. Esqueci de viver…

‒ Filha. Vai até os fundos e veja o que encontrei.

Marcia caminhou lentamente para os fundos do casebre. Viu seu pai voltar para a rede como se nada estivesse acontecido. Olhou uma enxada e um buraco cavado. Ela caminhou na direção do buraco e viu uma caixa enferrujada com a escrita um pouco apagada pelo tempo: A caixa do tempo.

‒ É mamãe. Eu lembro como fosse ontem quando enterramos juntas a nossa caixinha de lembranças. Eu não quis voltar. Não vi a senhora partir.

Ela abriu a caixa e havia um colar dourado que seria da sua mãe e um anel de brinquedo que encontrava nos antigos salgadinhos de escola. Marcia apenas começou a chorar e desolou no chão. Suas pálpebras começaram a pesar…

‒ Você foi rápida demais para abrir o buraco.

Marcia abriu os olhos e viu sua mãe que trazia uma caixa. Aquilo foi apenas um sonho, pois a pequena Marcia era uma criança humilde que havia cavado um buraco no quintal do casebre. Sua mãe carregava uma caixa de prata em suas mãos. Ela levantou e caminhou para a mãe para abraçar.

‒ A senhora estará no meu coração e não irei abandoná-la.

‒ Marcia… os pais guardam os filhos no coração e nunca irão esquece-los. Vamos colocar a nossa caixa do tempo e abrir daqui muitos anos.

‒ Podemos fazer isso mãe, entretanto estarei sempre contigo e com papai. Agora aprendi que nunca devemos esquecer aqueles nos cuidou e protegeu.

As duas abraçaram. Mãe e filha enterraram a caixa.

Apresentação

Meu nome é Júlio e sou dono dessa página escrevo minhas histórias para compartilhar minhas emoções. Eu gosto muito de escrever e gosto de ouvir opiniões. Sou uma pessoa simples e reservada, mas estou aberto para todos. Quero continuar escrever e compartilhar com todos. Desculpe algumas vezes quando demoro escrever. O inimigo de todos é o tempo, mas quando consigo este tempo… Eu dedico este tempo pra escrever uma história onde o amor é mais forte.

Obrigado

A culpa é sua!

O rapaz estava pendurado numa corda de uma árvore e você explicou para a polícia o local que seu filho estava estranho e cometerá o suicídio.

Não contará a verdade que desde de criança o menino está estranho por sua culpa. Vivia deixando o garoto de lado enquanto era zombado por outros garotos por ser uma criança diferente.

Seu filho pedia carinho, ma

s importava mais o trabalho do que o amor fraternal. Imagino que tenta perguntar porque a criança era diferente. A criança só ficou assim por culpa sua.

O rapaz cresceu com veste preta de luto. Você nem reparou que seu filho havia parado de estudar, pois pensava em si mesmo. Agora está ali pendurado numa corda sem vida.

Não adianta chorar. Não a adianta esconder. A culpa será sua e de mais ninguém. Nunca perguntou porque o rapaz era assim é nunca descobrirá, pois ele está morto numa corda de uma árvore.

Um bilhete…

Tem um bilhete no bolso do inocente. Leia.

” Eu passei anos tentar chamar sua atenção, pois queria que todo filho queria. O amor fraternal que não recebi em casa. Adeus”

Agora vai correr pra casa pra chorar. Chora no sofá e nem perceberá que o filho entrará dentro de casa. Foi apenas uma lição. Não tem ninguém pendurado naquela árvore. Ame o seu filho.

Autor: Júlio Alves

UMA SEGUNDA CHANCE

Danilo tem momentos que esconde um segredo. A vergonha e a humilhação. Marcelo acredita que tudo pode acontecer. Para ver tudo o impossível. Alicia imagina um futuro melhor ao lado do namorado e acreditar na cura de um ente querido. Kalebe nunca desistiu. O seu coração sempre soube da verdade Saulo precisa ter coragem para assumir quem ele é e contar com o apoio de quem sempre esteve ao seu lado. Dandila venceu barreiras e vitorias. Lutar sempre e perdoar esta no seu coração. Diuare precisa enfrentar suas conseqüências, pois quem chegar do outro lado pode haver uma segunda chance.

http://www.autografia.com.br/loja/uma-segunda-chance/detalhes

A linha e a tesoura

– MEU FILHO. POR FAVOR. NÃO MORRA.

Era assim aquela tarde de tiroteio na praça. A mulher gritava pelo seu filho de apenas sete anos sem vida deitado em seu colo com um tiro no peito. Todos corriam para todos os lados em busca de proteção.

A mulher pedia ajuda. Não importava mais o que estava acontecendo. O menino havia deixado este mundo. Ela notou uma mulher que fazia crochê sem a menor questão saber do tiroteio. A mulher correu até a senhora do crochê.

– Corre senhora.

– Correr – disse a mulher do crochê que tricotava um bordado – eu não tenho medo. Olhe para o meu tricô. Esta ficando bonito.

A mulher não entendia quando notou um outro bordado que mostrava o rosto do seu filho. Ela não conhecia aquela senhora que sorria ao fazer o bordado.

– Quem é a senhora?

– Eu teço a vida de muitos e depois chamo minha amiga que está ali afiando a tesoura para cortar o fim do meu bordado.

– Você é a Vida e sua amiga é a Morte.

– Olha só o meu novo bordado que está pronto.

A mulher via sua imagem no bordado e viu a Morte aproximar com a tesoura pronta pra finalizar.

– Eu não quero morrer.

Um tiro abateu a mulher que derrubou o filho sem vida no chão.

– Não escolhemos morrer. A morte vem pra todos – disse a Morte.

– Eu queria ficar ao lado do meu filho.

– Vai ficar – disse a vida – apenas feche os olhos e verá.

A mulher fechou os olhos sentindo que a morte aproximava. Ela abriu novamente encontrava no quarto de sua casa ao lado do marido. Ela caminhou para o quarto do filho que dormia tranquilamente. Era um sonho.

Ela olhou para o chão e viu uma tesoura e uma linha amarrada com um papel com uma mensagem.

“Não deixa seu filho de lado por bobeira. Viva a vida com seu filho, pois um dia vida vira e com ela trás a morte.”

Autor Júlio Alves

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